12/10/2009

arejar

Sou um sonho que nunca lembro Que visita o meu corpo Por vezes Expondo a alma que desatina Sangrando corroída Pelo passar do tempo Sou um sonho que nunca lembro Sou um verso que esqueço Porque sempre em movimento Como a vida Perdendo-se como a memória Que farta se esconde Num papel branco Sou um verso que esqueço Sou a realidade que não existe Que perturba o sentimento Sempre Desgastando um espírito gasto Que jaz ébrio Pelo passar do tempo Sou a realidade que não existe Sou um poema que não tem fim Porque nunca estático Como o desejo Ganhando cor e fantasia Que alegre desponta Numa folha vazia Sou um poema que não tem fim Sou uma imagem que parte Que serena percorre mundo Por vezes Reflectindo todas as cores e lugares Todos os credos e pensamentos Pelo passar da história Sou uma imagem que parte Sou um livro que nunca li Porque o sei de cor Como a realidade Onde procuro uma ideia Que bela se transforme Num compêndio vasto Sou um livro que nunca li Sou a vida que pretendo Que agarro e perco Sempre Sonhando todos os momentos Querendo todos os momentos Pela passagem efémera Sou a vida que pretendo.

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