05/01/2012

ética da reciprocidade

O minimalismo moral teria sido suficiente. Que adoptassem a «regra de ouro» cristã (faz aos outros o que queres que te façam a ti) ou o «imperativo categórico» kantiano (age segundo um princípio que queiras como lei universal). Essa ética da reciprocidade existe no islamismo, no judaísmo, no confucionismo, no budismo, no hinduísmo e no humanismo laico e é talvez o mínimo denominador comum ético. E no entanto nada parece mais difícil, porque a reciprocidade requer humildade e empatia, bens escassos. Praticamente as únicas pessoas que até hoje vi seguirem uma ética da reciprocidade sem falhas foram pessoas auto-destrutivas, que, como é óbvio, subvertem o princípio de onde parte a regra de ouro. Fora disso, tenho convivido com severos Jeremias que depois fazem alegremente, alarvemente, o contrário do que exigem. O meu percurso moral, reconheço, não é recomendável, mas sempre me mantive fiel a esse preceito, em tempos bons e maus cumpri os mínimos, mesmo quando falhei os máximos, portei-me mal mas nunca nisso, segui sempre a ética da reciprocidade, do pouco que valho tenho isto a alegar antes de pedir justiça.

Pedro Mexia aqui: http://a-leiseca.blogspot.com/2012/01/etica-da-reciprocidade.html

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